Doze milhões e 995 mil kwanzas é o valor que o Comité
Miss/Huambo precisa, em cada ano, para a realização do concurso local de beleza
feminina, sendo que a edição 2019/20, prevista para este mês, está impedida por
incapacidade financeira, deu a conhecer esta terça-feira, à ANGOP, o presidente
desta organização, Pedro Neto.
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Foto: Publicador |
Segundo o responsável, que também anunciou a sua retirada da
organização, é importante que os empresários continuem a apoiar eventos do
género, de forma incessante, para evitar que seja o Governo a patrocinar, num
momento de insuficiências de verbas, uma vez que o Comité é autónomo e tem a
classe empresarial como o principal parceiro.
Pedro Neto referiu que evento envolve muitos custos, como os
anúncios publicitários, indumentárias, tratamento geral, cenário, luz, som e
palco, transporte, viagens, faixas, coroa, preparação e acompanhamento das
concorrentes e introdução de movimentos cénicos, produção artística,
contratação de músicos e coordenação da parte cultural, alojamento, alimentação
e prémios (Miss, 1º e 2ª damas de honor, Miss Fotogenia e Miss Simpatia).
Também, acrescentou, constam ainda a mensalidade da miss,
num período de 12 meses, a sua inscrição no MISS/Angola, assim como a roupa a
usar durante a gala nacional, as trajes para os ensaios, bilhete de passagem e
subsídios, assim como prestadoras de serviços, num valor global de um milhão e
600 mil kwanzas.
“O Comité vive de patrocínios. Por esta razão, a Miss/Huambo
2018/19, Verónica Cabral Tekeliohali, eleita a 23 de Dezembro do ano passado,
não conseguiu representar a província do Huambo no concurso de beleza feminina
nacional, decorrido em Outubro último”, desabafou Pedro Neto, enfatizando que
solicitaram o apoio de vários empresários mais, infelizmente, não obtiveram o
sucesso.
Entretanto, o responsável mostrou-se desapontado com o
Comité MISS/Angola que indicou, sem consentimento da filial local, uma
candidata para representar o planalto central no concurso de beleza feminina,
decorrido no mês de Outubro, em Luanda, que caso cometesse algum erro,
relativamente aos hábitos e costumes da cultura local colocaria em causa o
bom-nome do povo desta região.
“A organização do MISS/Angola tem que se pronunciar a
respeito dessa decisão, porque apenas falamos da taxa de inscrição da vendedora
do concurso local, mas apresentamos as nossas dificuldades financeiras e para o
espanto do Comité Miss/Huambo e da população, de forma geral, apareceu alguém a
concorrerem em nome do Huambo”, atirou Pedro Neto.
O concurso MISS/Huambo, cuja 1ª edição decorreu em 1999, é
um concurso que tem contribuído na promoção da beleza feminina desta região, em
várias vertentes, bem como na descoberta, dignidade e valorização dos fazedores
de cultura, incentivado a representante local ao concurso nacional a elevação
dos hábitos e costumes do Povo Ovimbundo.
A sua organização é uma filial do Comité MISS/Angola, que de
acordo com o seu regulamento interno de funcionamento, obedece ao principio da
democracia e prossegue livre e autonomamente os seus fins, gozando, para o
efeito, de autonomia administrativa e financeira, sendo que as sua relação com
os órgãos da administração pública incidem no apoio institucional, até que seja
definida a sua natureza jurídica, entre pública e privada, para aferir os seus
reais direitos, nos termos da e Lei.